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Revolução verde e seus passos em solo nacional

  • Chikyū
  • 6 de nov. de 2017
  • 3 min de leitura

Uma das primeiras máquinas produzidas pela Semeato e representa um dos polos da revolução verde e expansão do capitalismo agrário. Fonte: Semeato

A revolução verde no Brasil é um fenômeno que ganha força após a segunda guerra mundial, e surge como necessidade da escassez dos países desenvolvidos que eram base da guerra mundial e receberam grandes impactos durante a guerra, e como forma de se lidar com demanda de suprimentos e tentar conseguir mercado para recuperar capital (vendendo maquinas, sementes e mesmo técnicas) acabam levando todos os novos conhecimentos e induzindo países subdesenvolvidos ao redor do mundo principalmente na América do Sul, a implementar a politica de tecnificação e busca por maior produção.


No Brasil esse processo tem um efeito bem peculiar. Quando o capitalismo chega no Brasil o país tinha uma grande dependência da agricultura, grande quantidade de terra nas mãos de poucos, o que mantinha uma grande disparidade entre as classes, e um grande controle dos donos de terra sobre o Estado. O capitalismo não conseguiu se infiltrar e causar a reprodução que até então era uma das suas caracteristicas, a partir dessa impossibilidade de se reproduzir o capitalismo simplesmente se adaptou ao sistema agrário nacional, e a revolução verde foi um dos fatores que ajudou na adaptação do mesmo. Foi estabelecida um complexo de indústrias voltadas para mecanização e manutenção do maquinário, produção de agrotóxicos, sementes modificadas geneticamente e escoamento de produção, que tem grandes efeitos negativos tanto para o contexto social quanto para o ambiental. Nesse singelo artigo o objetivo é tratar principalmente do impacto dessas mudanças sobre o solo.

Impactos sobre o solo

Os principais impactos do solo são, poluição do solo, erosão do solo e perda de nutrientes. A poluição do solo geralmente acontece atráves da acidez do solo pela concentração de metais pesados, que como impacto causa a salinização do solo e envenenamento das plantas por excesso de nutrientes e metais pesados (GOMES et al.,2010). Os principais causadores da poluição do solo são os agrotóxicos, lixo urbano e atividade de mineração. A erosão também é um importante processo de destruição de solo, o processo em si é natural, mas os impactos antrópicos aceleram todo esse processo e causam grandes perdas de solo e nutrientes a partir do intemperismo físico e químico. Erosão é o processo de desagregação de partículas de um corpo, o conceito geralmente é aplicado em solos, rochas e estruturas geomorfológicas. O impacto antrópico acelera o processo de erosão a partir da retirada das densas coberturas vegetais, uso de maquinário pesado que causa perda de aderência das particulas do solo. Vale ressaltar que ainda existem os impactos indiretos (clima), mas não cabe trazer o mesmo para esse artigo. Esses impactos do solo no Brasil se tornam cada vez mais persistentes depois da implementação das técnicas e maquinario que vieram com a Revolução Verde, e é nesse contexto que entraremos nos impactos.


Revolução e impacto


O desenvolvimento é um conceito que inicialmente se vendia como elemento de progressão da sociedade e humanidade, mas olhando o retrospecto atual fica visível o quanto ele tem sido danoso e beneficiado apenas alguns, e essa visão não é muito diferente do desenvolvimento que a revolução verde trouxe. A chegada do maquinário e instalação dos complexos Agroindustriais só reforça esse processo, ampliando a reprodução de monoculturas, que aliada a busca por capital simplesmente ignora o tempo de regeneração da terra e aplica os agrotóxicos de forma descontrolada e perigosa, já que boa parte desse material é levado para rios ou plantações de alimentos que utlizamos no dia a dia, para se manter essas culturas o grande produtor aplica cada vez mais agrotóxicos e esgota o solo, e esse processo se repete em outros locais. Ainda deve se ressaltar a perda de solo causada pela retirada da vegetação para a adição de novas culturas, causando aumento de erosão e mesmo perda de solo fertil, atrelado ao peso que o grande maquinário traz e toda a rotina de manejo de solo, temos um quadro de perda de solo cada vez maior



Mesmo com a compreensão de todos esses impactos ainda se mantem politicas de ampliação e apoio a esse tipo danoso de cultivo. É de praxe dizer que o principal problema continua sendo a politica nacional que mantem um campo travado em um modelo inutil para a sociedade. É nesse contexto que se nota a necessidade de trazer o modelo Agroecológico, que não é um modelo que vende uma ilusão de desenvolvimento sem impacto, mas se consolida como um modelo que busca se desenvolver causando o menor impacto possível e criando uma sociedade que se preocupe em se desenvolver bem. Mas infelizmente a mesma depende de uma mudança radical, cabe a nós contribuir para que essa mudança seja um dia possível.




REFERENCIAS


GOMES et al., Poluição do solo causada pelo uso excessivo de agrotóxicos e fertilizantes – Zona Rural, Viçosa – MG. Disponível em: <http://www.cbcn.org.br/simposio/2010/palestras/agrotoxicos.pdf>. Acesso em: 18 mai. 2016.

 
 
 

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